segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Desvendando o mistério: o que se passa na cabeça de um recrutador?

Tenho visto com muita frequência textos sobre comportamento dos candidatos nas entrevistas: como se dar bem, como se comportar, o que falar, o que não falar, o que vestir... e por aí vai... Mas não vi ainda nenhum texto falando sobre o que se passa na cabeça de um recrutador, até para esclarecer porque tantas dicas...

Quando um recrutador recebe o perfil por parte do requisitante, seja ele um cliente interno ou externo, ele tem que ter em mente que independente do perfil técnico, o que ele está buscando são competências (comportamentos) e valores alinhados aos da empresa e em seguida aos da área a que a vaga pertence.
É sabido que é muito mais fácil transmitir um conhecimento técnico do que mudar um comportamento... por isso candidatos: não adianta ter um currículo tecnicamente maravilhoso se o seu comportamento não for adequado!

Após receber o perfil, começa o planejamento da vaga: onde vamos buscar os candidatos, se vamos trabalhar com indicações, hunting, divulgação, banco de dados, se vai ter entrevista ou dinâmica, etc... Planejamos os prazos para cada etapa e montamos nosso cronograma. 
Se o recrutador é de consultoria, espera-se que ele conheça o cliente e o mercado que ele está inserido... se for um recrutador da área de RH da empresa, espera-se um conhecimento maior ainda sobre quais são os concorrentes, quais são as empresas similares de onde podem vir os candidatos, as escolas ou faculdades que podem fornecer profissionais com o perfil buscado.

Porém, até aqui, são apenas detalhes técnicos... mas, o que se passa mesmo na cabeça de um recrutador?

Tudo o que se passa na sua! Afinal, um recrutador também é um profissional como você, também já foi candidato e pode voltar a ser. É fato que alguns se esquecem disso quando estão ali na frente do candidato, mas muitos tem consciência disso e sabem que ele não é o único que está avaliando não.

Muito bem, quando nos preparamos para uma entrevista, estudamos as perguntas que vamos fazer (preferencialmente por competências), estudamos novamente os currículos dos candidatos, o que vamos falar de relevante sobre a empresa, a área, a vaga, o gestor e a equipe, salário e benefícios (afinal também estamos vendendo a oportunidade). É um trabalho danado para quem não conhece...

Na hora da entrevista milhões de coisas passam na nossa cabeça. Estamos ouvindo nosso candidato mas também estamos pensando na próxima pergunta que vamos fazer para que faça sentido e tenha coerência com a entrevista, estamos avaliando se o que o candidato está nos contando se encaixa com as atividades e com o que acontece na área em que vai trabalhar, observamos sim sua linguagem corporal não porque queremos "pegar o candidato fazendo algo errado" mas porque queremos avaliar se ele realmente está interessado na oportunidade, se tem postura para participar de reuniões com a Diretoria, se tem boa argumentação e comunicação. Estamos observando o conjunto, para tirar o máximo de informações possíveis.

Mas, precisamos também lembrar que recrutador é ser humano... está em constante desenvolvimento como qualquer pessoa e sempre tem algo novo a aprender. Tem seus dias bons e ruins, ficam preocupados, tem metas a atingir e criam expectativas sobre tudo, inclusive sobre cada candidato que entrevistam. 
E a nossa expectativa é de que aquele seja o nosso candidato... não o "super homem", mas que seja adequado ao que estamos buscando.

Isso tudo considerando profissionais preparados, treinados, com as habilidades e competências necessárias ao trabalho de Recrutamento e Seleção. Infelizmente, como em toda atividade, há profissionais bons e ruins, preparados e despreparados, os que prezam o respeito pelas pessoas e os que não...

Você como candidato tem como missão avaliar se aquela empresa é a que vale a pena trabalhar, mesmo quando tem um recrutador despreparado (hum, controverso esse comentário, eu sei). Mas cabe também a você se preparar não só tecnicamente mas principalmente desenvolver suas competências. Não adianta você saber como se comportar em uma entrevista se você mal estudou a empresa para saber sequer quais são as competências e valores que ela preza. Não adianta você saber o que vestir e qual perfume não usar, se você não tem autoconhecimento e auto percepção. Lembre-se que você está em uma entrevista para falar do assunto que em tese você mais domina: sua história!

O recrutador é apenas um meio que a empresa tem para chegar nos profissionais. Por isso, não coloque nele a responsabilidade das suas competências a desenvolver. Assuma a responsabilidade por você, por sua carreira e por seu futuro profissional. Nós como recrutadores não queremos perseguir ninguém... nós temos metas a cumprir e um perfil e pessoas a respeitar. 

Porém, se você não sabe quais competências precisa desenvolver, se não tem recebido feedbacks verdadeiros sobre sua participação em processos seletivos, se não está certo sobre que caminho seguir ou se o caminho que está seguindo vai te levar ao seu objetivo... faça Coaching!

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E boas entrevistas!



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